Saturday, August 15, 2009

Ticen-Atchim-Titri-Direto

Vinha do centro pra Trindade. Ônibus quase cheio. Estava sentada perto da porta bem do fundo. De repente, dois bancos atrás de mim, uma senhora espirrou.

(sobe música de suspense e vai a bg)

Imediatamente, várias pessoas da frente olharam pro fundão. Eu fiquei paralisada, no meio do fogo cruzado. Os olhares me tocavam também. Imaginem um 'paredón, señores'!

Pensa rápido, Adri!

Olho também? Bah, mas é chato com quem espirrou, ninguém tem culpa por espirrar, pelamordedeus! Saio em defesa da pobre mulher? Não, melhor ficar na minha...
Tá, mas e se o resto do ônibus achar estranho SÓ EU não olhar. Sei lá, eu podia ser detida e julgada como cúmplice de uma tentativa de ataque viral em massa. Sem um espirrinho sequer, os EUA detonaram o Iraque e mandaram o Saddam pras cucuias... E ali, no ônibus, havia testemunhas do espirro, havia provas do atentado...Aí, como diria um filósofo amigo meu, que aliás não sei por onde anda: "é caixão pro Billy".

Estátua!

Não sei como era a mulher, que cara tinha: se era loira ou ruiva ou alta ou magra ou se tinha alguma ligação com um braço manezinho da Al-Qaeda.

Se algum vírus da gripe porquinha me atingiu pela retaguarda, também não sei. Já faz uns quatro dias e está tudo bem, fora uma cãimbra nos dedos do pé direito - atribuída muito mais à idade que a uma possível contaminação viral.

Quando o ônibus parou no terminal, desci e andei ligeirinho, sem olhar pra trás.

5 comments:

Ana Pozza said...

hehehe adorei esse textinho!
Que situação em tempos desta maldita gripe porquinha.

Voltarei ao blog mais vezes!!

té! ;)

Unknown said...

Genial, Adri. Genial!

Unknown said...

Sensacional, Adri! Tô rindo até agora. Mas não se preocupe, amiga, p o vírus não tem asas nem patas, portanto não anda nem voa. Beijo enorme.

Flávia D. said...

Adorei! Acho que invés de uma pandemia de gripeproquinha, vivemos uma pandemia de histeria coletiva. rs
bjoos

Aline Cabral Vaz said...

Saúde!
; )