Depois de quase tudo
Oito meses, quatro dias, três horas e cinco minutos. Ela contava o tempo a partir do fim. Era como se, depois daquele adeus, a vida tivesse realmente começado. Ela havia decidido assim. E estava dando certo. Estava.
Foi na esquina da padaria. Um lugar qualquer, num momento qualquer, final de tarde, depois de tudo. A respiração começou a se alterar, do nada. Estranho, suava, de repente. Colocou a mão no peito: coração batia descompassado. Chorou.
Pequena lembrança, mínima, atravessara-lhe a mente. Teria que recomeçar a contagem.
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